
Luciano Szafir, de 52 anos, foi um dos grandes exemplos de superação. O empresário ficou mais de um mês internado em um hospital por conta da Covid-19. Ele travou uma difícil batalha pela vida quando esteve na UTI. E venceu. Depois disso, corajosamente, desfilou na São Paulo Fashion Week com uma bolsa de colostomia. A coluna fez uma entrevista especial com esse cara educado, gentil e alto astral para que a batalha dele sirva de exemplo para todos nós no ano que se inicia. “Depois de tudo que eu passei, descobri que o dia mais importante da minha vida é o hoje, o agora. Não guarde rancor, diga que ama. Não sabemos como será o minuto seguinte de nossas vidas”, disse.
Como você avalia o ano de 2021?
Muito difícil. O Covid fez famílias inteiras chorarem a morte de seus amores. E falando particularmente da minha experiência, não foi nada fácil. Relembrar tudo ainda dói. Foi um ano duro, mas de muito aprendizado e de fé. Não apenas em Deus, mas também no ser humano. Tive momentos extremamente difíceis, mas também de muita alegria. A corrente de solidariedade me ajudou e ajuda muito a enfrentar tudo com mais força e leveza.
Depois de passar momentos difíceis por conta da Covid, que lição você tira?
Que ser resiliente é preciso. Depois de tudo que passei, entendi ainda mais a que a vida é um sopro. É uma ampulheta, já nascemos morrendo. Eu sempre fui muito próximo da minha família e de quem eu gosto, mas com certeza, estou ainda mais. Depois de tudo que eu passei, descobri que o dia mais importante da minha vida é o hoje, o agora. Não guarde rancor, diga que ama. Não sabemos como será o minuto seguinte de nossas vidas.
O que espera para 2022?
Equilíbrio emocional. Se a nossa cabeça não estiver bem, nada estará. Passei por momentos tensos, que a terapia ajudou muito e ainda ajuda. Quero tranquilidade para tomar decisões, saúde para continuar trabalhando e estar ao lado de quem amo.
Você desfilou com a bolsa de colostomia e recebeu muito carinho pelo seu ato. Você esperava por isso?
Assim que coloquei a bolsa, muitas pessoas me procuraram para oferecer ajuda, dividir sua experiência e até desabafar. Li e ouvi casos muito tristes de pessoas com a autoestima no chão. Foi aí que decidi usar o poder da minha voz e levantar essa questão, quebrar este tabu. A reação foi muito mais do que eu esperava. Foi tudo muito emocionante.
Como está sua saúde neste momento?
Ainda dependo de cuidados médicos. O pós-Covid deixam muitas sequelas físicas e emocionais. Sinto muitas dores no corpo, tive uma queda de cabelo, o emocional ainda abalado. Faço muita fisioterapia. Mas quando olho para trás… nossa! A evolução é enorme e não tenho motivos para reclamar. Sou só gratidão.
Se você tivesse um pedido a ser atendido em 2022… que pedido seria esse?
Que essa pandemia acabe. Que nosso coração tenha trégua. Meu pedido é muita saúde para acompanhar a vida dos meus filhos e trabalhar. Na verdade, só tenho que agradecer. Sou um cara de muita sorte. Por isso, sempre que abro os olhos, a primeira coisa que faço, é agradecer.
Como você começa o novo ano?
Aliviado por estar vivo, grato pelo renascimento e com bastante trabalho. Teatro, cinema, a Paixão de Cristo, em abril, que farei o Herodes. Lançamento do meu canal e também grandes possibilidades de ter um programa em uma emissora de TV aberta. Estamos conversando.
Se você tivesse que definir 2021 em apenas uma palavra, qual seria?
Renascimento.