

Fora da Globo desde novembro de 2021, Marcos Uchôa gravou o “The Noite”, programa de entrevistas comandado por Danilo Gentili no SBT, e relembrou momentos marcantes dos 34 anos no jornalismo da emissora líder de audiência. Ele deixou a emissora para se dedicar a projetos pessoais e profissionais, o que inclui sua entrada no cenário político pelo PSB-RJ.
Em sua rara aparição na emissora de Silvio Santos, o jornalista destacou suas principais áreas de atuação na concorrente, como por exemplo, internacional e esportivo. Oito guerras, coberturas de oito copas do mundo e dez olimpíadas fazem parte do currículo do profissional, que analisou os impactos dos atentados de 11 de setembro de 2001 na ´serie documental “Retratos de uma Guerra sem Fim”.
“Acabei tendo uma carreira um pouco diferente. Comecei no esporte, mas fiz um pouco de tudo. Fui correspondente muito tempo fora: oito guerras, três tsunamis, G8, G20”, contou ele, que já passou perrengue durante uma cobertura de guerra em local não revelado no talk show do ex-Band. Um míssil provocou uma explosão sentida pela equipe de reportagem da Globo
“Me lembro de um desses mísseis que caíram. Eu ouvi a explosão e me joguei no chão. Mas é burrice, porque, se o míssil chegar, o som chega depois. Quando você ouve o som, já era. Você está lá no chão se sentindo um pouco ridículo, mas é a natureza humana e o medo faz isso. É pensar que você não vai ganhar na loteria da morte”, relatou o convidado de Danilo Gentili no SBT.
A guerra na Ucrânia provocada após invasão da Rússia também virou assunto na entrevista. Questionado se atuaria na cobertura do acontecimento histórico, Marcos Uchoa não se limitou: “Queria estar. Há dez anos exatamente atrás, na Eurocopa, eu estava cobrindo na Ucrânia. Fiquei quase um mês. Estava em uma cidadezinha do interior.”
No esporte, o jornalista cobriu o momento icônico da derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. No “The Noite”, o ex-Globo contou os bastidores da entrevista com o então técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, após a partida que ocorreu no Estádio Mineirão, em Belo Horionte.
“Estava lá. Lamentavelmente cercado de alemães. Eles não acreditavam e batiam no meu ombro consolando. Foram muito educados… 7 a 1 em casa é que nem um nocaute. Horrível demais. E me lembro depois da entrevista do Felipão dizendo que não mudaria nada. Como não mudaria nada? Quando você mudaria? 17 a 1 você mudaria? 70 a 1 você mudaria? Se 7 a 1 para você não é suficiente, não sei o que é…. Eu, de verdade, acho que o Brasil já tinha ido muito longe…. Aquele time não era bom. Tudo bem que a gente é patriota, mas era fraco. Só não precisava ter esculachado de 7 a 1.” .